Atualmente setenta e seis por cento dos americanos estão sentindo falta de algo. Não, não nos referimos a moda mais recente ou o dispositivo eletrônico de última geração e nem mesmo de dinheiro em uma conta bancária. Estamos falando do sono.
Thomas Edison inventou a lâmpada para que as pessoas pudessem trabalhar à noite, e há agora aproximadamente 25 milhões de trabalhadores compondo o turno da noite. Graças à lâmpada e a invenção da televisão a quantidade de sono (por pessoa) diminuiu cerca de 20 por cento desde 1900. 
Além disso, 76 por cento dos americanos têm uma desordem de sono, pelo menos, alguns dias por semana, aumentando a epidemia de sonolência diurna, depressão e fadiga adrenal.
As exigências da moderna sociedade ocidental não respeita nosso biorritmo natural. Quando substituímos nosso desejo natural de descanso ocorre um conflito em nosso relógio biológico, causando distúrbios do sono durante a noite. Além disso, semelhante ao problema da dieta pobre/incorreta, estamos ainda desnutridos de luz solar. Durante o dia (e parte das noites) estamos recebendo a luz branca, vinda de lâmpadas fluorescentes, em vez da luz do sol, essencial para os processos bioquímicos dependentes da vitamina D. Então, durante a noite, quando nós precisamos da escuridão para ativar a produção de melatonina, a luz excessiva durante a noite corrói nosso relógio biológico e desequilibra nosso corpo. Em suma, temos muita luz quando não precisamos (à noite) e pouca luz quando necessário (durante o dia).
A melatonina, um hormônio liberado pela glândula pineal, é tão essencial ao corpo humano, hoje, como foi durante a nossa evolução. A glândula pineal participa na organização temporal dos ritmos biológicos, atuando como mediadora entre o ciclo claro/escuro ambiental e os processos regulatórios fisiológicos, incluindo a regulação endócrina da reprodução, a regulação dos ciclos de atividade-repouso e sono/vigília assim como a regulação do sistema imunológico, entre outros.
Do ponto de vista puramente biológico, a melatonina, que é produzida durante a ausência de luz, comunica para os nossos corpos o fato de que é noite, provocando a liberação de GABA (o principal neurotransmissor inibidor no sistema nervoso central dos mamíferos), tranquilizante natural de nosso corpo. A iluminação excessiva durante a noite suprime a produção de melatonina, o que dificulta todo o processo de repouso, dessa maneira preparando o palco para um fenômeno que muitos de nós conhecem muito bem: A sonolência diurna.
Mesmo quando estamos cansados durante o dia, somos movidos para o trabalho, o descanso é tabu na sociedade moderna. Muitas vezes o descanso nos dá tempo para pensar sobre tudo o que preferiríamos esquecer, essa é uma das razões pelas quais muitas pessoas não gostam de descansar. Podemos não gostar de descansar, ou talvez não ter tempo para isso, mas nossos corpos ainda necessita do descanso.
Na verdade, uma boa noite de sono pode trazer benefícios surpreendentes para nossa saúde. O sono reduz a pressão arterial diastólica, melhora o humor, melhora o trabalho e desempenho escolar e ajuda a reajustar nossos padrões de sono.
Cafeína: O combustível da cultura industrializada.
Dado que a maioria de nós não está recebendo a quantidade ou qualidade do sono que nosso corpo exige, e que muitas vezes nossas agendas não permitem tempo para o sono, surge uma pergunta: O que deveríamos fazer sobre a nossa sonolência diurna?
Muitos de nós respondem aumentando o consumo de carboidratos com alto índice glicêmico como a farinha branca ou açúcar refinado, colocando nossos corpos em risco de obesidade e diabetes tipo 2. Nós também mascaramos nossa sonolência diurna com cafeína, o "combustível da cultura industrializada."
Trezentos milhões de xícaras de café são consumidos no Estados Unidos a cada dia, sendo a segunda commodity mais negociada no mundo. Infelizmente, a nossa solução "equivocada" para a sonolência diurna só contribui para mais distúrbios do sono que nós experimentamos durante a noite. Como a meia-vida da cafeína é de 7,5 horas, ainda teremos metade da quantidade de cafeína na corrente sanguínea sete horas depois de beber ou comer um produto com cafeína. Não será surpresa ter insônia à noite.
A falta de sono conduz eventualmente à fadiga, que é muito mais grave do que a sonolência diurna. A fadiga pode ser resumida em um estado de continua exaustão, falta de energia física ou mental. A fadiga se tornou comum atualmente motivando 10 milhões de atendimentos ambulatorial por ano somente nos Estados Unidos, geralmente associada com a depressão. Ironicamente a resposta da Big Pharma a depressão tem sido novos fármacos (drogas SSRI) que, na verdade, agravam os problemas relacionados ao sono. Fármacos como o Prozac causam uma redução de latência do sono REM, o que realmente promove a depressão.
A verdadeira solução para o cansaço é muito fácil: Planeje o tempo para descansar. Fazer uma pausa de vez em quando não significa que você é preguiçoso, significa que você quer ser saudável. Além disso, tenha em mente que ter um sono saudável vai realmente aumentar a sua produtividade global e sua alegria de viver.